Caminhava eu, sentindo a brisa
as águas frias e cristalinas
neste lugar solitário
onde apenas eu andava
e sentia aquele lugar
meu paraíso... lá eu podia ser eu
poderia libertar-me de mim
Feito um sonho refresquei as memórias
abandonava, a cada passada
aqueles sentimentos e sensações
as quais afligiam meu ser
conseguia libertar de mim!
(DiCello, 15/11/2014)
(Foto: acervo pessoal)
As vezes continuar caminhando é nossa única e possível saída, mas não é o suficiente para nos satisfazer, para nos deixar feliz. O problema não é a caminhada em si, mas o caminho pelo qual estamos indo, seja este escolhido por nós ou imposto.
Aquela velha frase de que os fins justificam os meios não deve ser levada à sério, definitivamente não!
Nenhum ponto de chegada é importante a ponto, de ter direito de deixar sequelas e marcas tão profundas em nós. Por maior que seja a recompensa final, uma pergunta irá sempre martelar em nossas cabeças: VOCÊ CONSEGUIRÁ SER FELIZ NO SEU DESTINO FINAL, MESMO SE OLHANDO NO ESPELHO E VENDO CICATRIZES TÃO DOLORIDAS?
O que quero dizer é o seguinte: O rompimento com algo que te flagela pode não te levar ao destino desejado, mas com certeza irá te levar à uma qualidade de vida minimamente melhor.
Vou citar alguns exemplos práticos disso. Quando o maior sonho da sua vida é se CASAR e você o faz para satisfazer isso, muitas vezes o preço a ser pago pode ser sua renúncia pessoal, o que não sai barato! Você pode se submeter à um casamento sem amor, respeito, paixão, prazer, etc., só para manter essa instituição que você mesmo colocou em uma situação de endeusamento. Ou seja, vale a pena se casar, ou continuar casada mesmo sendo infeliz só por que você não se permite expandir seus horizontes e ver que a felicidade vai além disso, que ela vem primeiramente de dentro de você?
O mesmo vale para um emprego por exemplo, vale à pena sacrificar sua saúde mental e física para se manter em um emprego por conta de seus objetivos financeiros? E o ônus disso? Quantos sorrisos dos seus filhos você irá perder? Quantos almoços em família ou até mesmo, quanto pode economizar sua saúde e seu dinheiro estando em um emprego que ganhe menos, mas que não precise de calmantes, soníferos, antidepressivos?
O nosso 7x1 de cada dia está na capacidade de ponderar, até onde você está disposto a ir por seus objetivos. Está na capacidade de pensar em si em primeiro plano! E quando digo pensar em si, não quero dizer nas jóias, carros, roupas, quero dizer, na tranquilidade de conseguir um tempo pra ler um livro, tomar um café e realmente apreciar o sabor, caminhar e se entregar às coisas mais simples sem peso na consciência, sem medo, sem ansiedade!
Não é fácil identificar uma situação de opressão interna ou mesmo externa, e conseguir sair dela, não é fácil decidir largar um emprego que só te faz mal, um relacionamento que te aprisiona, uma amizade que te diminui e não te acrescenta em nada, mas é mais que um passo, uma uma guinada de direção na vida, que infelizmente ou felizmente (não sei) ninguém pode fazer por nós.
Nós temos que seguir sempre, mas nem sempre é o que queremos, não por que gostamos de ficar parados, no ostracismo, mas por que muitas vezes estamos seguindo em um caminho que não é o nosso, como se você estivesse caminhando em uma eterna esteira, que nunca te faz sair do lugar, e quanto mais você dá alguns passos, mais leva esse 7x1, mesmo se perguntando "Por que Eu?" ou " O que Eu faço de errado?".
As perguntas são muitas mesmo, mas a boa notícia é que as vezes as respostas estão mais perto do que podemos imaginar, e basta um esforcinho, uma revisão interna e encontramos justamente onde devemos consertar, aí cabe à nós e somente nós retirar tudo que nos atrasa e impede de seguir em frente!!
É isso!!!